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Educação, Dever de Todos
Pais Devem ser Coerentes em suas Atitudes com os Filhos

Pitágoras em Rede


Cuiabá, 18 de Fevereiro de 2004

PAIS DEVEM SER COERENTES EM SUAS ATITUDES COM OS FILHOS

Os pais querem o melhor para seus filhos; esse é um ponto inquestionável. Mas as dúvidas aflorem no momento em que são chamados a agir com firmeza, impondo regras e limites. "Queremos o melhor para eles, mas esbarramos em nossa limitada experiência de vida, que nunca foi democrática e libertadora, e na confusão de informações que recebemos, muitas vezes contraditórias, dos estudiosos do comportamento humano e da educação. Temos de superar tantas coisas pelas quais passamos para tentar formar um filho melhor do que nós, não é mesmo?" pondera Rosely Sayão.

Segundo ela, os pais devem buscar a coerência em suas atitudes, mostrando aos filhos as conseqüências de seus atos. A psicóloga também salienta que os pais podem "remar contra a maré" ao defenderem seus princípios e dá um exemplo importante:"hoje, as mães que querem uma filha vestida como criança têm dificuldade para se virar. As sandálias de salto alto para meninas de cinco anos são apenas um sinal de que a infância está sendo assaltada pelo mundo adulto por todos os lados. "Rosely afirma com veemência que o papel dos pais, nesse sentido, é fundamental e afirma: "A coisa mais importante na vida da criança continua sendo a brincadeira. E, para isso, ela precisa estar à vontade e ter tempo. Não é pequeno o número de pais que oferecem essas condições aos filhos. Para que eles continuem a árdua empreitada, é bom saber que não são minoria, que não estão sozinhos. Para os que já desistiram, é bom saber que, apesar do trabalho exigido, dá pra remar contra a maré".

Veja se você está agindo corretamente com seus filhos
Com relação à questão dos limites, constante motivo de angústia para os pais, Rosely Sayão destaca, em seu livro, a relevância desse tema, enfatizando alguns aspectos destacados a seguir:

Papel dos Pais

"Exercer o papel educativo com autoridade significa introduzir as crianças na vida em sociedade, com todas as contradições e desconfortos que isso supõe. Direitos e deveres impõem, sim, limites à vida de todos, e não só à das crianças e jovens. Mas em compensação, tornam possível a autonomia e permitem que a convivência entre diferentes seja muito mais pacífica e solidária".

Sem repressão não há educação

"Educar os filhos já é muito difícil, e educar democraticamente é mais difícil ainda. Mas não há democracia sem proibição, sem repressão. Claro que não se trata dessa repressão truculenta e policial a que estamos, infelizmente, acostumados a associar a palavra, mas da repressão que susta, que dosa, que modera, que retém, que refreia, que inibe. (...) Os pais precisam lembrar que não é proibido proibir quando se educa. Além disso, educar é agir no presente, pensando no futuro".

Necessidade do controle

"Como ainda não tem recursos para conter seus impulsos imediatistas, o jovem não pode prescindir do controle dos pais. Permitir ou não que o filho ou a filha de 14 anos vá só com a turma para as baladas, que correm soltas na madrugada, é uma decisão familiar. (...) Não há consenso nesse assunto. Enquanto ele não alcança autonomia para avaliar com responsabilidade o que pode fazer sem correr riscos inutilmente, os pais assumem essa tarefa".

Pais ausentes não são os que trabalham fora

"Mas será que uma mãe, por exemplo, que não tem um emprego, que não tem carreira ou vida profissional é, necessariamente, uma mãe presente? E um pai que trabalha mais de dez horas diárias? Ele não pode de modo algum ser um pai presente? Já deu para perceber que pais ausentes não são aqueles que trabalham fora; pais ausentes são aqueles que estão voltados para si, para a própria vida, para seus sonhos, metas e ambições - inclusive as que estabeleceram para os filhos -, para seu lar, seus compromissos sociais etc., que quase não sobra tempo interno para os filhos, não resta espaço dentro deles para os filhos".

Dar ou não um celular para o filho?

"O telefone celular pode ser uma facilidade na comunicação dos pais com os filhos? É bom pensar melhor nesse assunto, já que não são mais apenas os filhos adolescentes que pedem e/ou ganham um celular: crianças cada vez menores já vão para a escola ou para os passeios com a turma levando seu aparelho. (...) Muitos adolescentes acham o máximo ter seu próprio celular. E os pais, auxiliados por essa fraqueza consumista dos filhos, tratam de tirar proveito dela e não perdem tempo: compram logo um telefone móvel para o filho. (...) Muitos pais dão o celular ao filho com menos de 12, 13 anos porque assim ficam mais aliviados: podem ter acesso ao filho a qualquer momento e local. Isso significa que são os pais que precisam do celular, e não o filho. E, dessa forma, certamente o resultado não será benéfico na educação para a autonomia".

Pitágoras em Rede
Belo Horizonte,agosto/setembro de 2003
Ano 5 - Nº 17


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